sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Parênteses sobre médicos

Gostaria de abrir um parêntese para dizer que nada tenho contra a medicina ou contra os profissionais que exercem sua atividade em meio às inúmeras e enormes dificuldades que esta carreira oferece em nosso país (se for possível se chamar de oferecimento a estas enormes dificuldades). Pelo contrário; sempre que precisei, fui em busca de ajuda médica e, com algumas exceções, sempre fui bem atendido.
Embora tenha recorrido, por várias vezes, como todo “bom cidadão” brasileiro, a automedicação por causa de sintomas que julgara ser aparentemente simples, tais como as tradicionais dores de cabeça ou de gazes etc., sou contrário a esta prática e vou em busca da ajuda médica, depois de orar ao Senhor Deus (cfe. 2 Crônicas 16.12).
Também não gosto das pesquisas feitas através da internet em sites “de saúde”, sem que se saiba muito a respeito da confiabilidade destes, e de quaisquer terapias alternativas de origem duvidosa (E estas são muitas...).
Se alguém me disser que existem muitos médicos ruins, eu concordaria sem pestanejar. Há exemplos na Palavra de Deus:

“Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar e que gastara com os médicos todos os seus haveres, veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia.
 Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro com seus companheiros disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem e dizes: Quem me tocou?.
Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.
Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.
Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz.” (Lucas 8.43-48).

Parece até que o evangelista era contra os médicos, não? Vejam só este pequeno trecho escrito pelo apóstolo Paulo na epístola aos Colossenses:

“Saúda-vos Lucas, o médico amado, e também Demas.” (Colossenses 4.14)

O evangelista Lucas era médico, um médico amado. Ele não escreveu contra os médicos, mas, contra os maus médicos que fizeram com que a mulher gastasse todos os seus haveres, fazendo-a padecer sem obterem a cura do seu mal (Comparem com a versão contada no evangelho de Marcos 5.25-34).
Certamente que a medicina tem bons e maus profissionais. E qual a atividade que não tem? Alguém pode me citar uma?!
Ainda neste parêntese quero contar um pouco sobre um médico amigo, já falecido e que deixou imensa saudade (Quase um personagem de ficção; pois foi uma dessas figuras, infelizmente cada vez mais raras de se encontrar, que era capaz de sair a qualquer hora, com sol ou chuva, de dia ou de noite, para atender a um chamado em casa do paciente...). Ele costumava dizer que, sem menosprezar as constantes pesquisas científicas, “a medicina sabia até um determinado ponto; a partir dali, o enorme terreno pela frente é completamente desconhecido. Um terreno minado!”.
Certo dia, numa conversa comigo, com bom humor de sempre, assim respondeu quando lhe perguntei sobre a diferença entre alopatia e homeopatia:
– A primeira mata; a segunda deixa morrer...
Ele foi médico de minha família por muitos anos. Somente deixou de trabalhar por causa de problemas com sua saúde. Foi ele uma bênção (cfe. Gênesis 12.2). Longevo, faleceu com quase cem anos.
Fecha parêntese.