sábado, 4 de dezembro de 2010

O final da história (II)

Desde 1987, acho eu, tenho sofrido de tonteiras. A primeira vez que este sintoma apareceu foi quando fazia ginástica em casa. Tudo aconteceu de modo rápido e rasteiro, e logo passou. Na hora, não dei muita importância. Mas, com o passar do tempo, o evento se tornou mais freqüente.
Estas tonteiras não são aquelas de um bêbedo, onde tudo fica rodando. Não, não são. É uma “coisa” que me provoca uma instabilidade tal, a ponto de dar a sensação de estar a bordo de um navio em movimento.
Por causa dessas constantes “viagens náuticas”, procurei auxílio médico e fui a diversos especialistas, vários em cada modalidade, em busca da cura.
Não sei exatamente qual foi o exato número de vezes. Sei, porém, que estive a peregrinar por consultórios de: clínicos, neurologistas, pneumologistas, ortopedistas, cardiologistas, oftalmologistas, endocrinologistas, psiquiatras, psicanalistas...
Cada um deles, depois de pedirem exames diversos, analisarem os resultados, onde constatavam que “tudo estava bem comigo”, ou seja, depois de não chegarem a um diagnóstico, concluíam, quase sempre, formulando a mesma pergunta:
– Já foi a um otorrinolaringologista?
– Fui.
Mas, não era sempre assim. Havia exceções: Os otorrinolaringologistas! Esses, diferentemente dos demais médicos, sempre sugeriam especialistas diferentes para o meu caso. Quais? Todos os outros anteriormente citados e não citados...
– Sugiro que procure um...
– Já procurei. Foi ele que me sugeriu sua especialidade.
Já faz algum tempo que não procuro um especialista para me “queixar”. Mas, digo que passei mais de vinte anos em peregrinação por consultórios.
Enquanto isso, minha “viagem náutica” continua... E nada deste navio aportar!
Mas este, também, não é o final da história.

Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela.(Provérbios 30.18, 19).

Pois eu sou o SENHOR, teu Deus, que agito o mar, de modo que bramem as suas ondas—o SENHOR dos Exércitos é o meu nome.(Isaías 51.15).

Cantai ao SENHOR um cântico novo e o seu louvor até às extremidades da terra, vós, os que navegais pelo mar e tudo quanto há nele, vós, terras do mar e seus moradores.(Isaías 42.10).

[Continua nos próximos capítulos]